domingo, 1 de julho de 2007

Seres irracionais

Mundo de conceitos
De termos com significados fixos
Regidos pela dita lei racional
Mas o que esta seria?
Lei formulada em nossos moldes de percalços
Cheia de interesses e influências
Quase sempre limitando o dominado
Controlando-o e subjugando
Impondo as diferenças
Justo é?
Não na análise imparcial
Forma que não pensa nas necessidades alheias
Olhando apenas o umbigo
Acreditando ser o centro
Dono do poder
Porém isso os enche de rancor
Meros irracionais individualistas
Que usam a máscara da racionalidade

Henrique Moura

Quebrar paradigmas

O risco constante e o medo presente
Nos fez criar desconfianças com o próximo
Até então não seria repreensível
Porém vemos que isso
Torna-se uma exclusão
Passando pelo julgamento de raças, estilos ou grupos
Sentimento marcado pelo preconceito
Julgamos antes de tudo
E generalizamos todo um meio
Que visto com outros olhos
Passaria a ser o antônimo do que achamos
Contrário marcado por virtudes
Em que se envolver
Não nos diminuiríamos
Mas sim cresceríamos
Distanciando discriminações
Repudinado rotulações
Por que somos essencialmente parecidos
E nas nossas pequenas diferenças
É o que faz sermos tão interessantes
Complexos em algumas áreas
Simples nas tantas coincidências
Onde o prazer é essa convivência
É dever nos relacionar
Sem estereótipos com alguns
Buscando entender a natureza alheia
Trocando com estes
Os pontos de vista e linhas necessárias
Para terminarmos nosso mapa
Geográfico em união, respeito e igualdade

Henrique Moura Braga

sábado, 30 de junho de 2007

Olhar para trás

Diante de erros e acertos
O tempo sempre corre
Seguindo a lei imutável
Muitas vezes cruel
Nos deixando arrependimento
Orgulho ou sofrimento
Mas em grande parte ensinamento
Que faz da iniquidade cometida
Um aprendizado em não tropeçar nas mesmas falhas
Por isso olhar para trás
Não significa encontrar só os defeitos
Significa enxergar as lições
Renovando as ideias
Na busca de ser algo melhor
Para que no fim
Virar o rosto seja prazeroso
Assistindo as ações mais dignas
De um filme a ser locado

Henrique Moura

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Amizade

Como definir o companheiro para tudo
Aquele que se pode contar
Contar confissões
Segredos tão seletos
Diria que ter amigo
É mais que uma necessidade
É nunca se sentir sozinho
Fugindo da prisão
Chamada solidão
Brigas existem
Desavenças também
Porém falo que permanecer nestas
É uma consequência desprezante
Talvez seja mais importante que um amor
Pois da que falo
Dura para sempre
Ao contrário da paixão
Que muitas vezes é passageira
Digo isto da verdadeira amizade
Aquela sem interesses
Sem obstáculos
Onde achar
Seria um desafio
Para cada alma vivente
Nesta fase chamada vida
À espera de um ombro amigo

Henrique Moura

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Verdadeiro amor

Amor?
Qual sua concepção?
Qual sua razão?
Hei de crer que amar faz parte do eu ser
Faz parte do viver
E se faz necessário na vida de cada um
Mas a que é esse amor que assistimos?
Um amor longe da essência
Carnal, de fingimento e engano
Aliado à exploração
Não respeitando a diferença
Amor tingido de interesse pelo próximo
Tingido de cores cada vez mais frias e obscuras
Longe do nosso real objetivo
Que se faz em tentar chegar ao amor de Deus por nós
Sendo o ápice perfeito das almas sozinhas e solitárias
Porém, é algo inalcansável
Mas que tem de ser perseguido
Porque se não corrermos atrás deste
Fugiriamos da essência
Da pureza do sentimento
Do belvedere da paixão
Que na realidade
Virou máscara na cabeça do homem

terça-feira, 26 de junho de 2007

Quem é a morte?

Venho singela sem muito perceber
Vejo sinsero
Os olhos de quem não quer morrer
Não tenho culpa se a hora mais certa ou até incerta veio acontecer
Entretanto não é morte física que mais vem me aparecer
Me pegam pessoas vivas com saúde para dar e vender
Agora paro de rimar
Falo sério para aqueles que me querem em você
Saiam desta vida de morte em vida
Quantos desperdiçam o vigor e a juventude
E se encaminham para mim
Não gosto disso, digo
Falo de coração
Não sou perversa como me veem e querem me mostrar
Sou tão séria e faço meu trabalho
Que tem hora pra acabar
Tempo que chegará
E o que vou fazer?
Me matar

Henrique Moura

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Descoberta do Brasil

Tempos atrás
Dito caminho inesperado
Vento maldito
Conduzindo para usurpação
Aquela nação, tão antes feliz
Cheia de glória e pureza
Veio desaparecer
Através do rancor de homens
Veio a falecer
Desiludidos com tudo
Agora foram compreender
Tarde demais?
Contaminados foram
Pois viverem na modernidade
É algo que não os alegra
Mas fazem enxergar
A saudade dos tempos
Daquela terra bela e nua
E da harmonia
Dessas naturezas entrepostas
Em laços de amor

Henrique Moura

Lição de vida

Cansado da vida e do trabalho
Reclamo de tudo
Não sei porque viver
Se só sei sofrer
Começei a parar de reclamar
E agradecer tudo que possuo
Aprendi isto com um homem exemplar
Conheci sua história por acaso
Ironia do destino
Me interessei por ele não andar
Como deixar de correr?
Não poder caminhar?
Porém, o que mais me intrigou
Foi a sua felicidade
E esta veio me mostrar
Que a vida leva-se com sorriso no rosto
Mau humor é uma iniquidade
Que tentei deixar de cometer
E aquele sorriso
Mudou o ambiente
Me transformou
E me fez existir
Crendo, vivendo,resnaçendo
E aprendendo a dizer
Ensinado a ser
O mais belo
Com um simples artifícil
Que fui utilizar depois de velho
Depois de perder oportunidades
De constituir uma família
Um lar de paz e harmonia
Que ainda é um vazio no meu coração

Henrique Moura

País do futuro?

Será que a vez do Brasil chegou?
Será que é a hora de desenvolver?
Há de crer que não
Diferenças permanecem
Problemas simples
Aqui se tornam desafios
Política nos faz vomitar
Faz-nos perder a esperança
Corrupção é comum
Rotineira nos noticiários
Tanto quanto nossa impotência em relação a isto
Enganados somos a muito tempo
Desde Vargas
Passando pela ditadura
Nos fazendo acreditar que seriamos iguais à elite
Mas vemos que as promessas
Ficam enterradas
Encravadas na indigência do Nordeste
Nas periferias do Sudeste
Na falta de oportunidade
O que leva a violência tão frequente e atuante
Porém, fico feliz sim com as Olimpíadas e Copa do Mundo
Só fico triste com o cotidiano
Com tudo que se vê e ouve
Onde muitas vezes
Eu mesmo tampo meus ouvidos
E faço de cego
Diante da amargura
Do sofrimento
E perda da esperança
Em um futuro promissor
Neste horizonte de oportunidades

Henrique Moura

Literatura matemática

O preto no branco
As barreiras se decompondo
Formando as unidades
E inspirando igualdade
Funções de trabalho
Em retas que se secam
Hipotenusas no caminho
Se fazem mais curtas
Que a trajetória nos catetos
Trigonometria de estatísticas
Desvio no padrão
Sem plano fixo
Mas com volume nos serviços
E metas como objetivo
Nesta todo correria rotineira
Desta matemática financeira

Henrique Moura

domingo, 24 de junho de 2007

Haiti

País insular latino americano
Raízes coloniais tão semelhantes à nossa
Realidades tão distantes
Distantes da dignidade humana
Do direito de ser cidadão
Dos serviços mais básicos
Seja o prato vazio
Em que a fome
Assola-os com dor
Faz da vida um sofrimento
E eu ainda reclamo
Tanta ignorância
Paraíso vivido comparado com o daquele país
Se sobreviver lá é tão difícil
Imagina após o desastre
Enxergando o que pouco restava
Ser destruído pela força natural
Vendo parentes tão próximos
Desaparecidos sem esperança de encontro
Isto tem de nos fazer refletir
Aflorar a solidariedade presente em nós
Agir na reconstrução
Não chegando apenas ao ocorrido
Mas transformando o seu meio
Dada a responsabilidade fraternal
Para levar abrigo e consolo
Aos perdidos deste labirinto desigual

Henrique Moura Braga

Português na Literatura

Antíteses rotineiras
Nas metáforas da vida
Sujeitos à procura
Na miragem do complemento
Verossímel ou não?
Eis a questão!
Exploro a conotação
Exploro nossos sentidos na sinestesia
Hipérboles fazem parte
Hipérbatos também
Faltam se o sentido?
Venho denotar
Faço do eufemismo tão agradável
Do sono presente
Será a morte portuguesa?
Morte na falta do sentimento de querer
Em que é mais fácil dar ctrl c
Do que criar
Colando desta língua
À procura de um herói
Para vir a salvar
E inspirar nós ambiguos existentes

Henrique Moura

sábado, 23 de junho de 2007

O ciclo se faz

Referência à uma borboleta

Chegar ao final se fez com batalha
Nasci tão indefesa e sem charme
Procurei fazer de tudo pra sobreviver
Consegui depois de algum tempo
Me prender...
Sentimento de exclusão encravado em mim
E na solidão me fez quase desistir
Porém lutei
Fui guerreira e busquei
Quebrando devagar me transformei
De um bicho feio e rastejante
Mudei
Agora posso voar
Espalhar pelos céus
A minha pureza
Das cores tão belas
De uma alma sincera
Com o coração batalhador
Cheguei onde cheguei e conquistei
Fiz semear
Até namorei
Agora escrevo estes últimos versos de tristeza
Porque não vou continuar
Mas deixei
Este poema
Como exemplo de sobrevivência
E de acreditar num futuro próspero
Condizente com a luta de cada um

Henrique Moura

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Amazônia

Tão rica e tão bela
Desperta fascinação
Verde intenso
Fauna e flora exuberantes
Abundante em diversidade
Rica em vida
Patrimônio brasileiro
Termômetro mundial
Conservar sua importância
É preservar todo o seu sistema
Porém isto não se faz claro nas insanas mentes humanas
Em que a cobiça ultrapassa fronteiras
Fere o caráter e a consciência
Fazendo de nós o grande predador
Interrompendo os ciclos
Explorando muito além do necessário
Com a desculpa
De viver na selva da sociedade
Não repleta de natureza
Mas de rancor, mercenarismo e ódio
Não respeitando sentimentos ditos humanos
E conduzindo-nos à essência
De animais podres sem coração

Henrique Moura

terça-feira, 19 de junho de 2007

Prefácio

Nestas férias, sem muito o que fazer, resolvi escrever alguns poemas, libertando pensamentos que antes eram jogados no lixo, não sei a qualidade mas espero que sirva de alguma utilidade.
Abs.